A recente eleição para a presidência da Câmara Municipal de Presidente Dutra, que culminou com a vitória de Ricardo Lucena, gerou intensas acusações de traição e alimentou a rivalidade política dentro do grupo de situação. Para muitos, a disputa parecia ser apenas mais uma escolha de rotina, mas, ao se aprofundar nos bastidores, o real motivo do acirramento veio à tona: o controle de um orçamento milionário.
Em 2025 a previsão orçamentária para a Câmara gira em torno de R$ 7 milhões em recursos públicos, destinados ao pagamento de salários dos parlamentares, assessores e manutenção da casa, além de despesas com comunicação e obras necessárias. A presidência da casa, portanto, não apenas administra esse montante, mas também se torna uma peça-chave na articulação política, com poder para influenciar diretamente disputas futuras.
Caso o candidato apoiado pelo prefeito tivesse sido eleito, todo esse aparato financeiro e político ficaria alinhado ao Executivo, centralizando o poder nas mãos do gestor municipal. Consciente desse cenário, Ricardo Lucena teria alertado os vereadores sobre o risco de enfraquecimento do Legislativo, usando esse argumento como peça decisiva para angariar apoio entre os indecisos.
Em entrevista recente, Lucena declarou que já contava com nove votos antes mesmo da eleição, garantindo sua vitória de forma expressiva. A articulação bem-sucedida e a promessa de novos benefícios, como o aumento do número de assessores por gabinete de dois para três em 2025, parecem ter sido determinantes para selar o resultado.
O desfecho dessa eleição não apenas escancarou a luta pelo poder em Presidente Dutra, mas também trouxe à tona uma questão delicada: até que ponto as disputas internas estão sendo travadas pelo bem da população ou pela busca de interesses pessoais? Com um orçamento tão robusto e a política local cada vez mais fragmentada, o que se espera agora é uma gestão responsável e transparente, que não use o poder conquistado como moeda de barganha política.
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