A proposta de licitação da Prefeitura de Senador Alexandre Costa, no interior do Maranhão, para gastar cerca de R$ 3.982.079,12 com serviços de manutenção veicular, fornecimento de peças, pneus e câmaras, beira o inacreditável. O edital, publicado em 7 de agosto com abertura prevista para 25 de maio, revela uma intenção de gasto que ultrapassa os R$ 300 mil mensais, e que, considerando os cinco meses já decorridos da gestão do Prefeito Nilo, representaria um desembolso de aproximadamente R$ 500 mil por mês somente em 2025.
Com apenas cinco meses à frente da administração municipal, o Prefeito Nilo se depara com uma proposta de investimento em manutenção veicular que suscita sérias dúvidas sobre a priorização dos recursos públicos. Gastar quase R$ 4 milhões em um ano com essa finalidade, especialmente em um município do interior, levanta questionamentos sobre o tamanho da frota, o estado dos veículos e a real necessidade de um montante tão expressivo.
A cifra, que poderia ser destinada a áreas cruciais como saúde, educação ou infraestrutura básica, direciona um volume considerável de recursos para a manutenção de veículos, gerando desconfiança na comunidade e em órgãos de controle. A falta de clareza sobre a real dimensão da frota municipal e a justificativa detalhada para um gasto tão elevado abrem margem para questionamentos sobre a probidade administrativa e a eficiente aplicação do dinheiro público.
Diante da magnitude dos valores envolvidos e da curta janela de tempo da atual gestão, não seria surpreendente se o Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA) fosse acionado para investigar a pertinência e a legalidade desta licitação. O artigo 37 da Constituição Federal exige que a administração pública obedeça aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, e um gasto tão vultoso com manutenção veicular, em tão pouco tempo de governo, pode levantar suspeitas de desvio de finalidade ou de gestão temerária dos recursos.
A população de Senador Alexandre Costa merece explicações claras e transparentes sobre a necessidade de um investimento tão alto em manutenção veicular. É fundamental que o Prefeito Nilo e sua equipe demonstrem responsabilidade fiscal e justifiquem de forma convincente a aplicação de quase R$ 4 milhões, evitando assim um possível acionamento do Ministério Público e a instauração de investigações que poderiam comprometer ainda mais a já delicada situação financeira de muitos municípios maranhenses. A prioridade de um gestor deve ser o bem-estar da coletividade, e gastos excessivos em áreas não prioritárias, especialmente no início do mandato, merecem um olhar atento e crítico da sociedade e dos órgãos fiscalizadores.
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