A permanência dos vereadores Ricardo Lucena, Tom Santos e Franklin Torres no chamado "Centrão" de Presidente Dutra durou exatamente dois meses e 28 dias. O que muitos já consideravam um rompimento definitivo, na verdade, se revelou uma estratégia política. Unidos, os três formaram uma coalizão de centro na Câmara Municipal, mas agora estão de volta à base do prefeito Raimundinho da Audiolar.
Os parlamentares, que até então eram aliados do gestor municipal, se afastaram após divergências na eleição da Mesa Diretora da Câmara, na qual Ricardo Lucena saiu vitorioso em janeiro de 2025. O episódio resultou em uma onda de demissões de aliados dos vereadores na estrutura da prefeitura, o que consolidou o rompimento. No entanto, mesmo sendo considerados "persona non grata" dentro do grupo do prefeito e taxados de "traidores", os três permaneceram juntos.
A reaproximação foi oficializada na noite deste sábado (22), coincidindo com as festividades do Lava Pratos de PK, por meio de portais de notícias alinhados à gestão municipal.
Com o retorno do trio, Raimundinho da Audiolar volta a ter maioria absoluta na Câmara, agora contando com nove dos 13 vereadores em sua base. No entanto, para consolidar essa aliança, o prefeito precisou ceder em vários pontos, incluindo sua conhecida postura inflexível. O orgulho foi o maior preço pago para garantir o controle do Legislativo.
Além do fortalecimento da base governista, o retorno dos vereadores também significa a reintegração de seus aliados aos cargos na prefeitura. No entanto, os grandes vencedores desse movimento foram, sem dúvida, os três parlamentares, que garantiram o comando da Câmara pelos próximos quatro anos e, possivelmente, influência sobre algumas secretarias municipais.
A grande questão que fica no ar é: até quando essa aliança vai durar?
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