Uma farsa chamada Lahésio, candidato é suspeito de integrar associação criminosa que fazia transferencia fracionada para mascarar esquema, diz investigação

A associação criminosa integrada pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim, se comunicava financeiramente “com movimentações fracionadas para mascarar a distribuição de dinheiro público”, segundo investigação da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, a Seccor, da Polícia Civil do Maranhão.

Dados do inquérito policial, utilizados pelo Ministério Público do Estado na denúncia contra o esquema, afirmam que a movimentação global dos investigados girou em torno de R$ 44 milhões em apenas dois anos –no período entre 1º de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2019.

Candidato ao Palácio dos Leões pelo PSC, Lahésio é réu em ação penal que tramita sob sigilo na 4ª Vara Criminal da Comarca de Balsas relacionado ao caso. À Justiça Eleitoral, declarou patrimônio de R$ 4,6 milhões, que garante ser oriundo principalmente de quase 20 anos de trabalho como médico. Quando entrou na política eleitoral, em 2008, declarou apenas R$ 156 mil em bens.

Procurado pelo ATUAL7, ele não retornou o contato.

Conforme provas que a Seccor diz ter reunido a partir do material apreendido em endereços ligados à prefeitura de São Pedro dos Crentes e do cruzamento de dados dos sigilos bancário e fiscal afastados com autorização da Justiça, o ex-gestor está no topo de um esquema criminoso que frustrou o caráter competitivo de um pregão presencial para fornecimento de combustíveis para o município.

De acordo com o relatório de análise técnica dos dados bancários, os investigadores identificaram que apenas uma empresa que já foi de Lahésio Bonfim efetuou para a conta pessoal do ex-prefeito mais de 100 transferências no período levantado, totalizando mais de meio milhão de reais.

Ele próprio também efetuou diversas transferências para envolvidos na licitação suspeita, em valores de baixa monta, de até R$ 30 mil. No mesmo período, recebeu créditos das mesmas pessoas, sempre também em valores baixos, o que levou a Seccor a apontar que as movimentações fracionadas tinham como objetivo mascarar a distribuição de dinheiro público.

Além de associação criminosa, o MP-MA também acusa o ex-gestor de fraude em licitação e armazenamento irregular de combustível.

Os demais réus são Elizany Costa e Silva Rodrigues e Thaysa Costa Silva Rodrigues, proprietárias do Auto Posto Fortaleza, João Batista dos Santos Coutinho, proprietário da posto de combustível Andrade e Coutinho, e Celsivan dos Santos Jorge, que comandava a CPL (Comissão Permanente de Licitação) de São Pedro dos Crentes quando Lahésio Bonfim era prefeito do município.

As duas empresas, segundo os investigadores, teriam o ex-gestor municipal como sócio oculto. Há ainda suspeita de que as proprietárias do Auto Posto Fortaleza, que também fez transferências para Lahesio Bonfim, sejam laranjas, em razão da movimentação em suas contas bancárias particulares serem incompatíveis com a movimentação financeira da empresa.

Atual 7

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